segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tarancón


Quando quis ouvir falar sobre Tarancón pela primeira vez, foi então que pela primeira vez alguém falou de música de verdade; falou de historia; geografia; falou da "necesidad" de compreender um estilo musical pela sua biografia cultural.

Então entendi!

É ouvir todo o povo latino americano cantar sobre natureza, sobre o amor, sobre um povo que vive para viver sorrindo sob os percalços... é ser fez, é ser esse de gente de cor, com musica, com vida; com cariño!!

domingo, 7 de novembro de 2010

O deserto - Albert Camus


(...) Viver é certamente um pouco de exprimir (...). Viver é testemunhar três vezes, no silencio, na flama e na imobilidade!

Se Rimbaud terminou seus dias na Abissínia sem escrever uma só linha, não foi pelo gosto da aventura nem por renúncia à sua condição de escritor. Foi “porque a coisa é assim mesmo” e porque, num certo ponto de nossa consciência, terminamos por admitir justamente aquilo que todos nos esforçamos por não compreender, conforme nossa vocação. Percebe-se claramente que, nesse caso, se trata de empreender a geografia de um certo deserto. Mas esse deserto singular não é sensível senão àqueles capazes de nele viverem, sem jamais eludir a sede. É então, e somente então, que ele se povoa das águas vivas da felicidade.

Pois conheço certos momentos e lugares em que a felicidade pode parecer-nos tão amarga que preferimos apenas sua promessa. Isso porque, nesses momentos ou nesses lugares, eu não tinha coragem bastante para amar, isto é, para não renunciar.

Clarice Lispector!


"Mas é que a verdade nunca fez sentido. A vida não me fez sentido! É por isso que eu a temia e a temo. Desamparada, eu te entrego tudo – para que faças disso uma coisa alegre. Por te falar eu te assustarei e te perderei? Mas se eu nunca falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia."