segunda-feira, 21 de março de 2011

Fauzi Arap


Nunca tinha ouvindo falar em Fauzi Arap até o ter pela ofegante interpretação de Maria Bethânia, como se narrasse a repugnância de quem tem a certeza de ter sido enganado com o reflexo do próprio amor.

Texto Esplêndido!


"Eu vou te contar, que você não me conhece...

E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve!

A sedução me escraviza à você ...

Ao fim de tudo você permanece comigo, mais preso ao que eu criei e não a mim.

E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa...

Você não tem um nome , eu tenho...

Você é um rosto na multidão , e eu sou o centro das atenções ,

Mas a mentira da aparência do que eu sou, é a mentira da aparência do que você é.

Por que eu , eu não sou o meu nome, e você não é ninguém...

O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca a chegar ao limite possível da aproximação. Através da aceitação, da distância, e do reconhecimento dela.

Entre eu e você existe a notícia que nos separa ...

Eu quero que você me veja nua , eu me dispo da notícia.

E a minha nudez parada , te denuncia, e te espelha...

Eu me delato, tu me relatas...

Eu nos acuso, e confesso por nós.

Assim, me livro das palavras,

Com as quais você me veste . "